A mente sobrecarregada
Gestão do conhecimento pessoal não apenas melhora sua produtividade, mas protege seu bem-estar mental
2022 foi o ano em que minha mente bugou. Pensar e decidir, ações cotidianas de qualquer pessoa, tornaram-se difíceis de realizar. Decidir chegou a ser doloroso. Alguém como eu, que tinha opinião sobre tudo, deixou de querer opinar ou escolher. A incapacidade de tomar decisões impactou diretamente minha vida profissional. Em conversa com o meu terapeuta, o diagnóstico: estava com burnout. A solução? O afastamento do trabalho. No meu caso, o temporário não foi suficiente.
Burnout é uma palavrinha em inglês que está bastante famosa no mundo corporativo. Para alguns, trata-se apenas de frescura ou fraqueza. Para essas pessoas, a preocupação com a saúde mental se reflete no post corporativo do setembro amarelo, para demonstrar virtudes nas redes sociais.
Isso é sério. Burnout é uma doença ocupacional que acabou de ser reconhecida e classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022 e acomete 30% dos brasileiros, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Essa síndrome é causada por estresse prolongado, sobrecarga de trabalho e excesso de informação. Sim, o excesso de informação. E nunca fomos tão expostos a grandes volumes de dados e estímulos como em pleno século 21.
Para o trabalhador moderno, a informação é o alicerce de tudo, e sua sobrecarga tem esgotado os recursos mentais das pessoas, deixando-as mais ansiosas e estressadas. Você já teve a sensação de que está esquecendo algo e não sabe exatamente o que é? É isso que a sobrecarga de informações provoca em sua mente. O autor norte-americano Tiago Forte citou dois estudos sobre o excesso de estímulos e dados em seu livro "Criando um Segundo Cérebro", e como isso pode impactar a vida das pessoas.
O primeiro estudo, publicado pela Universidade de San Diego, afirma que o consumo diário médio de informações de uma pessoa chega a 34 gigabytes. Isso reflete a enorme quantidade de dados e estímulos enfrentados todos os dias. Já o outro, divulgado pela Universidade de Harvard, estima que as pessoas consomem o equivalente a 174 jornais completos de conteúdo todos os dias, cinco vezes mais do que em 1986. Esse aumento substancial no volume de informações destaca a crescente sobrecarga que os indivíduos enfrentam.
O excesso de informação pode provocar o estresse cognitivo, dificuldade de ter foco e concentração, e o bombardeio intenso de dados pode gerar ansiedade e sensação de urgência, que pode agravar o problema.
Uma das formas de domar essa enorme quantidade de informação consumida diariamente é a gestão do conhecimento pessoal. Ao gerenciar ativamente o próprio conhecimento, as pessoas podem não só melhorar sua produtividade, mas também proteger seu bem-estar mental. Isso ajuda a prevenir o esgotamento e a manter um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Ainda é possível reduzir a sobrecarga mental, minimizar o estresse e aumentar a clareza nas tomadas de decisão.
E você, o que acha da gestão do conhecimento pessoal? É apenas uma moda passageira ou algo essencial para evitar síndromes como o burnout?
Recentemente descobri um outro termo sobre o assunto:
Segue cópia do site Instituto Veríssimo de Ciências Humanas
“A obesidade mental deixa nosso cérebro tão sobrecarregado de informações que os lobos frontais (responsáveis por funções humanas essenciais, como a capacidade de planejar, priorizar e antecipar) não conseguem trabalhar corretamente, o que é interpretado como mensagens de ansiedade e medo pelas regiões cerebrais mais primitivas.
Não é à toa que nos tempos modernos as pessoas em geral, especialmente os jovens, enfrentam tantos problemas – como crises de ansiedade e ataques de pânico.”
Eu gosto muito de estudar, depois que terminei a faculdade e não quis seguir para pós e afins naquela área, sempre faço cursos livres da minha área de atuação e na maioria das vezes mais de um simultaneamente e percebi que chega uma hora que esse é apenas um hábito de estar escrita em algo mas que não tenho aproveitado daquele conteúdo, parece não entrar mais na cabeça.
Fiz um curso no início do ano e meu compromisso comigo foi não fazer aos curso nenhum esse ano.
Alguém diz que conhecimento que não transforma é só informação, como vimos, só ocupa espaço na nossa cabecinha.